terça-feira, 26 de abril de 2011

A bandeira de Jesus Cristo Nosso Triunfo

A Harpa Cristã, um hinário tradicional das Assembleia de Deus no Brasil, publicada em sua primeira edição no ano de 1929, em um de seus hinos, o de número 46, que diz: “Um pendão real vos entregou o Rei, A vós, soldados Seus; Corajosos, pois, em tudo O defendei, Marchando para os céus. Com valor! Sem temor! Por Cristo prontos a sofrer! Bem alto erguei o Seu pendão, Firmes sempre, até morrer!”  


É interessante olharmos para um passado, não tão distante, e percebemos o quanto estamos destoados daquilo que fora proposto, para que como igreja, a representássemos; vivemos uma sociedade que valoriza muito mais a benção que o abençoador, mais a criatura que o Criador, chegando ao extremo de em algumas igrejas ouvirmos alguém dizer que “colocou Deus no canto da parede” como se Deus fosse alguma coisa monitorado por controle remoto onde se dá um comando e a coisa obedece. Deus está ainda hoje abençoando como no passado, creio assim, porém, a Igreja como Corpo de Cristo (não falo aqui de denominação e sim como um todo) tem deixado as marcas do lutar até morrer se necessário for, e o pendão Real, ou seja, a bandeira ensanguentada de Cristo Jesus, e trocado por muitas coisas que podemos denominar de “modinha”, hoje em alta, amanhã já não existe (tipo copa do mundo, emoção só na hora); inventam todo tipo de coisas para atrair as pessoas dai surge  símbolos do Judaísmo, como Castiçal de Sete Braços, a Estrela de Seis Pontas, a Pomba, Fogueira  etc... E com isso criou-se um misticismo religioso sem precedente, levando pessoas à pelo menos duas situações:
1ª - Desafios preocupantes para o povo, tais como: pague a remissão do seu filho; dê seu carro; seu apartamento; use a tua fé; etc. explorando a boa fé do povo,  levando muitos a pensar que Deus os abandonou, e assim muitos tem vivido hoje em dia, decepcionados com Deus, porque quando o milagre não acontece o culpado sempre é do crente que não teve fé e nunca de quem o emocionou para “trocar” com Deus “você dá e Deus te abençoa” até parece com as indulgencias “quando o dinheiro cai na sacola sua alma do inferno decola”, contudo quando vamos à Palavra de Deus a Bíblia sagrada, a remissão era algo que não dava prejuízo para o ofertante  nem lucro para o altar, e os meios que os homens usam nem sempre expressa o que Deus quer dizer, exemplo disso foi Moisés em Meribá (Nm 20:8) “Toma a vara, e ajunta a congregação, tu e Arão, teu irmão, e falai à rocha, perante os seus olhos, e dará a sua água; assim lhes tirarás água da rocha, e darás a beber à congregação e aos seus animais”. Deus disse para que ele falasse a rocha, contudo, ele a feriu com ira e ali mesmo foi decretado sua pena de morte, pela sua ação parecia que Deus estava zangado, que era mau, que não queria mais o povo, e nem sempre nossos sentimentos são os de Deus, nós iramos, Deus não, nós negligenciamos, Deus não. 

2ª - Sacrifícios sem muita base Bíblica, como comprar Água do Jordão, Crucifixo de Pedaço da Cruz de Cristo, Sal do Mar Morto, Terra do Monte Sinai, Ramo de Oliveira, Rosa Ungida, Água Ungida, Óleo do Monte da Oliveiras, enfim,   há uma frase que melhor expressa tudo isto: “o povo gosta de pão e circo”, nos dias de Nadabe e Abiú  (Lv 10.1,2) “E os filhos de Arão, Nadabe e Abiú, tomaram cada um o seu incensário e puseram neles fogo, e colocaram incenso sobre ele, e ofereceram fogo estranho perante o SENHOR, o que não lhes ordenara. Então saiu fogo de diante do SENHOR e os consumiu; e morreram perante o SENHOR”. O povo queria fogo e eles arrumaram fogo, contudo estranho.  O valor que se deve dar àquilo que representamos e de fato somos, igreja, tem ficado muito distante ao longo dos anos. Precisamos avançar? Sim, mas com base Bíblica, com discernimento espiritual, com um crescimento sadio, de mudança de vida, “aquele que vivia na prática do pecado não vive mais”, como Igreja temos a missão de sermos diferentes e qualquer que tomar posse deste Pendão Real, deve ter como meta em sua vida a transformação da sociedade, ficar firme até morrer, bem alto erguer e proclamar que está em Cristo, e não  pactuar com o sistema que hoje impera, somos Sal e Luz.

No Velho Testamento a Bíblia nos traz uma lição de vida, vivida pelo Sacerdote Eli e seus filhos, Eli estava velho e seus filhos estavam fazendo tudo ao contrario daquilo que Eli havia os ensinado, e o Sacerdote (I Sm 2.23,24) pergunta aos filhos o porque de estarem procedendo daquela maneira, e recomenda, os pensando nos malefícios e na má fama que se ouvia deles, “E disse-lhes: Por que fazeis tais coisas? pois ouço de todo este povo os vossos malefícios. Não, filhos meus, não é boa fama esta que ouço. Fazeis transgredir o povo do Senhor” ele estava preocupado com o que os outros pensavam, com o que os noticiários diziam, por isso o fim deles foi trágico, quatro mortes no mesmo dia, Hofni, Finéias, Eli e sua nora, o parto que se deu na morte da nora o menino se chamou ICABODE “foi se a glória de Deus”. O que isto nos deixa de lição? O que tem haver este fato com a nossa realidade? É que hoje temos vivido dias em que a boa fama tem sido alvo das pessoas, mas apenas nas justificativas de seus atos, e não como quem que empunha um Pendão Real da transformação da mudança, do engrandecimento do nome de Jesus; e não pessoas que oram pra agradecer a porta da propina que se abre, ainda justificando na oração “somos falhos e fracos...” e quem disse que pecado é vitamina? Temo que nós Evangélicos tornemo-nos a  maioria neste País, exatamente por estas questões,  hoje são poucos, ainda tem, que estão dispostos a levantar a Bandeira a empunhar o Pendão Real,  e este é nosso papel, os escândalos vem, mas a Igreja segue triunfante, firme, com promessa de que as portas do inferno não prevalecerão contra ela, mas temos que despertar para nossa responsabilidade como tal.

Não podemos nos conformar com o simples nome de Cristão, Evangélico, Crente... isto é apenas rótulo, o conteúdo é que precisa ser precioso. O  meu temor é de tomarmos o caminho daquilo que dá certo, mas nem sempre está certo, e de agradarmos aos homens e desagradarmos a Deus, não sou saudosista, mas creio que se não houver diferença entre  quem serve e quem não serve a Deus, estaremos como que dando soco ao ar.
Que Deus nos dê graça para conquistarmos e não sermos conquistados, que tenhamos o discernimento de Daniel na Babilônia, um pouco da sabedoria de Salomão e alguém como José foi ao Egito, ocupou espaço, mas não negou a fé. A Igreja hoje precisa rever suas origens com relação ao seu verdadeiro papel de agência salvadora de Deus no mundo, o hino citado conclui com a seguinte declaração Pois sejamos, todos, a Jesus leais, E a Seu real pendão; Os que na batalha sempre são fiéis, Com Ele reinarão.  O segredo do sucesso está em ser leal e fiel, portanto Bem alto erguei sua Bandeira, empunhe o Pendão Real que te entregou o Rei, não caia na tentação de imitar os que em nome de Deus, negociam o evangelho, vituperam a graça e desprezam o Sacrifício de nosso Senhor Jesus Cristo, oferecendo boa vida aqui e nunca mostram o caminho do Céu, logo que ele é estreito (Mt 7.13,14). E lembre se a salvação não é de graça, ela é pela Graça. (Ef 2.8) Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.


Que Deus nos ajude.
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Um comentário:

  1. Parabéns Pr Valdecy, o texto está muito bom. Que Deus continue te usando para levar à reflexão crítica as ovelhas que Ele tem colocado sob seus cuidados.

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